São Martinho do Porto

Antes de seguir mais para norte no país fiz uma paragem por São Martinho do Porto.
Naquela manhã o tempo não convidava à praia, com o céu escurecido e o vento a soprar. Mas para os pescadores ocasionais na zona do Porto estava óptimo. Sentados profissionalmente em cadeiras deixavam o tempo passar em conversas animadas. Acabaram por se levantar e ir embora e deixaram-me a passar o tempo à minha maneira.

Ao percorrer as ruas da vila a caminho da pastelaria para comprar umas bolachas de manteiga e umas areias (um ritual obrigatório sempre que passo por São Martinho do Porto), encontrei esta porta na fachada de uma casa abandonada. A pastelaria tem fabrico próprio e as bolachas estão sempre a sair, por isso pude dedicar-me um pouco àquela porta.
A certa altura passou por mim a senhora que mora ao lado da casa abandonada e aproveitou para se queixar do estado da mesma (inclusivamente já tinha posto uns cartões a tapar a porta ao lado desta).
Acabou por dizer aliviada que já estão previstas obras para esta casa e que a rua vai ficar melhor. Eu só consegui pensar que felizmente passei por aqui nesta altura e ainda consegui desenhar a porta com as suas folhas.

São Martinho do Porto - a fonte

Este é o último desenho do fim-de-semana em São Martinho do Porto. Ao cimo de uma ladeira fica esta espécie de fonte, pintada de uma toanlidade rosa que acompanha as folhas das árvores. Gostei do conjunto e especialmente por parte da fonte estar oculta pela folhagem, o que deixa algum espaço para a imaginação (e facilita o desenho).

São Martinho do Porto - a decisão

Muitas vezes é mais dificil a decisão do que não desenhar do que a decisão de desenhar, ou seja, muitas vezes tenho que me controlar para não desenhar tudo o que me apetece, para não correr o risco de depois não ter tempo para desenhar algo que queria. Isto acontece normalmente em locais onde não consigo ir frequentemente.

Quando efectivamente me decido por desenhar algo foi porque algo me chamou bastante a atenção, embora normalmente não consiga explicá-lo. Neste caso achei que valia a pena.

São Martinho do Porto - no alto

Mais um cantinho de São Martinho do Porto. Este fica mesmo no alto, quase à sombra do reservatório de água que um dia terei também que desenhar. Sentei-me num muro onde fui ouvindo os sons das movimentações vindas das casas em redor enquanto desenhava, como se fosse uma espécie de concerto em estereo, no qual podia imaginar quais as actividades que se estavam a desenrolar.

São Martinho do Porto - a ponte

Esta é uma rua bastante inclinada onde se conseguem ver estes detalhes dos telhados ao descê-la.
É curioso porque aquela ponte entre as 2 casas apenas serve de varanda, porque de um dos lados não tem porta e dá para uma parede (não foi esquecimento do desenho). Talvez em tempos tenha sido só uma casa e a certa altura tenha havido uma separação.

S. Martinho do Porto

Parte do fascinio da zona antiga de São Martinho do Porto são os espaços que se descobrem ao virar da esquina ou ao fundo dos becos. Normalmente são uma encruzilhada de perspectivas e volumes que formam o casario e que me atraem à primeira impressão.

São Martinho do Porto

No fim de semana anterior fui passar os 2 dias a São Martinho do Porto. É uma vila conhecida pela sua baía em forma de concha e pelas enormes dunas (ao fundo) que custam muito a subir mas dão muito gozo descer.

S. Martinho do Porto - farol

Na entrada na baía de São Martinho do Porto, como não podia deixar de ser, existe um pequeno farol no topo do monte. Para se chegar lá tem que se percorrer a pé um caminho junto às falésias viradas para o mar.
A vista é fantástica e o local é muito calmo, onde por vezes se podem ver as gaivotas a passar abaixo de nós. Normalmente o vento também sopra, o que me agrada, embora dificulte o uso do caderno porque as folhas estão sempre a virar. Nada que uma mola da roupa não resolva.

A cerca

O acesso à estação dos comboios em São Martinho do Porto tem esta cerca bem bonita. É um corredor longo, com a linha de um lado e um pequeno espaço verde do outro.
Sentei-me no chão encostado a um dos lados enquanto desenhava, e obviamente despertei a atenção de quem por ali passou. Tudo pessoas simpáticas que fazem lembrar que São Martinho do Porto na época baixa é como se fosse mais uma aldeia semi-abandonada no interior do país. E sinceramente prefiro-a assim do que com o alto reboliço e confusão do verão.

Arcos

Obviamente que aproveitei para desenhar nos dias que passei em S. Martinho do Porto. O túnel de acesso da baía ao mar, a passagem de um ribeiro por baixo da linha do comboio e o barbecue do quintal foram alguns dos alvos.
Mais tarde ao olhar para a dupla página é que me apercebi que todos têm em comum um arco em pedra ou tijolo.