segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Castelo de Paderne


Há uns tempos tive uma conversa com uns amigos em relação à fotografia como meio para chegar ao desenho e agora deixo aqui a minha metodologia. Não sou rígido em relação a esta questão e faço de tudo um pouco:
- Definitivamente o que mais me satisfaz é sair à rua e desenhar e pintar à vista no local em questão. Sempre que posso é isso que faço;
- Uso o caderno apenas como diário gráfico para essa actividade no entanto, por vezes, por uma questão de necessidade de gestão do tempo, tiro uma fotografia ao motivo e acabo por pintar o desenho em casa.
No entanto faço questão que o trabalho a caneta seja sempre feito no local, porque a minha percepção do espaço é completamente diferente, para além de adorar as sensações que desenhar na rua proporciona.

- Infelizmente nem sempre posso andar a passear pela rua a desenhar, por isso vou fazendo experiências em casa com a aguarela (que cada vez me apaixona mais). Para tal já necessito de usar a fotografia como base.
Há uns anos, antes de descobrir os Urban Skecthers, fazia exactamente o mesmo género de passeios que faço hoje mas com a máquina fotográfica na mão. Por isso tenho muitas, mesmo muitas fotografias. 
Prefiro  usar as fotos que tirei para servirem de referência às aguarelas, porque reflectem o meu olhar sobre as coisas. Hoje em dia mantenho o mesmo olhar, apenas troquei a máquina pelo caderno e tinta.

- Mas há ainda outro caso em que preciso de usar como referência fotografias que não são minhas. É o caso deste desenho. A convite de uma associação de divulgação de património estou a fazer uma série de desenhos de castelos. Adoraria visitá-los todos mas não posso, por isso a internet é a escolha óbvia para a procura de referências fotográficas. De qualquer forma normalmente não reproduzo na perfeição uma fotografia, acabo sempre por pintar um céu diferente e muitas vezes uso várias fotografias para perceber como se organiza o espaço e criar um enquadramento mais interessante, assim como para a disposição de sombras.

Resumindo, o que gosto mesmo é de ter as canetas e os pincéis na mão. É isso que me dá muito prazer, que me levanta a disposição e que me motiva a ir mais além.

1 comentário:

Henrique Vogado disse...

Falta sempre a nossa sensação a desenhar no local, mas também considero a fotografia uma boa ferramenta para estes casos. É mais dificil de ter a noção de espaço, mas resolve muito bem o problema das cores e sombras.
Por outro lado ficamos limitados aos pontos de vistas dos fotógrafos no caso de locais muito conhecidos e que todos tiram fotos iguais. Por exemplo se quiser desenhar o Mosteiro de Aljubarrota, as fotos da Net são muito semelhantes. Estando lá é mesmo outra experiência para o desenho. Dependendo dos casos, também tenho as minhas dúvidas.