terça-feira, 27 de setembro de 2016

Passerele de cães


O passeio que me separava deste pequeno jardim parecia uma passerele de donos a passear cães. Fartaram-se de subir e descer no pequeno período de tempo que ali estive.
A certa altura vinha a chegar uma senhora de idade com o seu cãozito, e viu mais abaixo outra senhora com o seu cão. Iniciou um diálogo com o seu cão, naquela voz de dono muito "cuchi-cuchi", um pouco parecida com aquela voz com que se fala aos bébés (!):
  - Olha... olha quem está ali... é o ___(não me lembro do nome do cão).
Ao mesmo tempo gritava mais alto a chamar o cão da amiga, e voltava a entusiasmar o seu cão com a perspectiva de encontrar o amigo.
Quanto finalmente todos se juntaram os cães engalfinharam-se automaticamente, e a senhora que há momentos gritava de entusiasmo passou a gritar de horror, a tentar puxar a trela do seu cão para o afastar.
E logo voltou a subir a rua, num humor exactamente contrário ao que tinha quando desceu, mas a falar com o seu cão na mesma voz "cuchi-cuchi".

4 comentários:

L.Frasco disse...

Atão e os cães, Filipe? E os donos?
Queremos pessoas!! :-)

Filipe Duarte Almeida disse...

Luís, estes pequenos desenhos servem para descontrair e não para entrar em parafuso a tentar desenhar pessoas de passagem que não param quietas. Tenho que ir fazer uns estágios nuns casamentos :)

Henrique Vogado disse...

Divertidíssima a estória! Imaginei toda a cena, mesmo não aparecendo no desenho.
Lembrei-me de quando fomos desenhar a Feira Medieval de Alhos Vedros. Quem conseguia desenhar as pessoas? É um stress.

Filipe Duarte Almeida disse...

Pois é Henrique. Por enquanto ainda prefiro desenhar pessoas que estejam sossegadas (ou quase).